Existe uma forte tendência de argumentar-se que as organizações não-governamentais do hemisfério sul são as melhores representantes da população mais pobre desta região. Esse artigo põe em dúvida essa visão, argumentando que as pessoas pobres em geral - e crianças e mulheres em particular - continuam privadas de seus direitos, enquanto que as ONGs - tanto do hemisfério norte quanto do sul - representam muito mal os interesses dessas pessoas. O artigo sugere que o que de fato é necessário, dado o atual paradigma econômico global, é uma iniciativa inovadora e conjunta entre as ONGs do norte e do sul e as próprias pessoas carentes, que desse modo iria trazer os problemas destas últimas para o centro dos debates, além de criar uma nova abordagem em recursos humanos que iria fortalecer e defender essas pessoas de maneira mais efetiva. O artigo conclui que, para alcançar tudo isso, a defesa das questões econômicas deveria talvez receber mais prioridade do que a defesa de questões políticas. |