A proliferação de códigos de conduta corporativos gera aliança e tensão entre os sindicatos e ONGs que trabalham com direitos dos trabalhadores na economia global. Aliança, porque os sindicatos e ONGs compartilham um desejo comum de acabar com o comportamento abusivo de companhias multinacionais e um objetivo mais amplo de pôr em cheque o poder das corporações na economia global. Tensão, porque os sindicatos e ONGs possuem diferentes interesses institucionais, diferentes análises dos problemas e soluções potenciais e diferentes modos de pensar e falar sobre justiça social na economia global. Existe o medo de que os códigos de conduta possam ser utilizados para prejudicar o cumprimento de leis trabalhistas efetivas por parte de autoridades de governo e reduzir o poder dos trabalhadores nos sindicatos. A essência por trás da retórica sobre essa nova geração de códigos de conduta corporativos está certamente aberta a questões. Contudo, esse artigo argumenta que, dada a presença fraca dos sindicatos na linha de montagem global e a capacidade de resposta rápida de diversas ONGs, tais códigos são um valioso bem. Os sindicatos e ONGs ainda possuem mais em comum uns com os outros do que qualquer um deles possui com as corporações, governos ou organizações internacionais que vêem o comércio livre e a livre circulação de capital como a solução para os baixos níveis de direitos trabalhistas. Mas ambos precisam ter clareza sobre suas diferenças e suas tarefas apropriadas enquanto enfrentam as oportunidades e desafios à frente. |