Sobre a fronteira e sob o radar: os imigrantes ilegais podem ser cidadãos ativos?

Cidadãos ativos podem tornar-se um poderoso condutor de desenvolvimento ao fazer com que aqueles que tradicionalmente detêm o poder de tomar decisões se mantenham responsáveis perante a população em nível local e nacional. A cidadania ativa baseia-se em uma longa história de compreensão da importância da participação da comunidade e do poder das intervenções de desenvolvimento. Contudo, apesar de seus pontos positivos intrínsecos, a cidadania ativa pode não ser um resultado possível (ou o mais eficiente) em todas as circunstâncias. Este artigo defende uma expectativa realista da cidadania ativa (e participação efetiva) de uma sub-população específica na Tailândia, onde dos estimados 800.000 a 1.5 milhão de imigrantes, a grande maioria é birmanesa. Sua existência precária enquanto imigrantes ilegais ilustra as necessidades de desenvolvimento que toda comunidade pobre enfrenta. Isto por sua vez prejudica sua habilidade de engajar-se ativamente no processo de desenvolvimento. Este artigo revê as lições aprendidas por uma ONG da Tailândia que tem trabalhado com imigrantes birmaneses ilegais há mais de 15 anos. São discutidos os pontos positivos e negativos exclusivos destas comunidades ilegais, a validade de se buscar engajá-los como cidadãos ativos e as implicações para as ONGs que estão trabalhando com tais comunidades. O artigo sugere que o papel exclusivo que as ONGs devem desempenhar, em casos onde sua participação pública poderia colocar em perigo a vida de membros da comunidade, é o de guardiãs da comunidade, pelo qual elas assumem o papel de cidadãs ativas em nome da comunidade em questão e simultaneamente realizam intervenções de desenvolvimento, defendendo-a em seu nome.

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