Em nome de quem? A transparência da responsabilidade social corporativa
O diálogo, a participação e a parceria dos envolvidos (stakeholders) têm se tornado conceitos da corrente dominante da política de desenvolvimento internacional, em particular na área de responsabilidade social corporativa (CSR). Contudo, a transparência das iniciativas de multi-envolvidos na CSR para seus beneficiários pretendidos no Sul global é cada vez mais questionada. Este artigo analisa como as agendas de algumas iniciativas nas áreas de comércio ético e registros de sustentabilidade são orientadas por aquilo que as ONGs ocidentais pressionam, o que grandes companhias consideram factível e o que os consultores e contadores buscam promover. O texto descreve como as práticas e os discursos resultantes limitam a mudança e marginalizam as abordagens alternativas desenvolvidas pelos envolvidos do hemisfério sul. Argumenta-se que o entusiasmo para o diálogo, participação e parceria dos envolvidos em questões de CSR e além dela, precisa ser concebido novamente com princípios democráticos em mente. A "democracia dos envolvidos" é oferecida como uma estrutura conceitual para essa tentativa e algumas recomendações são feitas para ONGs, empresas e governos.
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