Globalização, sociedade civil e o sistema multilateral

Esse artigo analisa a importância e a abrangência do processo de globalização, concentrando-se, de um lado, em suas implicações para a autonomia dos atores nacionais e, por outro, nas novas demandas que a governança global impõe sobre a ação multilateral. O autor argumenta que a forma atual de globalização é, de fato, compatível com um certo grau de ação social coordenada e autônoma fora da área de mercado. Isso nos permite fazer a diferenciação entre a realidade e a mistificação (isto é, a ideologia) que está por trás do conceito de globalização e rejeitar o discurso padrão e a terapia econômica que são oferecidos por certas organizações internacionais aos países em desenvolvimento. Se a globalização não elimina a possibilidade de uma ação autônoma em nível nacional, ela também estabelece a base para uma ação multilateral mais sólida e efetiva. Os fatores que apóiam a adoção de tal ação no futuro são analisados no artigo e essa ação é uma resposta às demandas por um maior gerenciamento dos bens públicos internacionais e aos apelos por uma governança global mais efetiva. O artigo termina fazendo uma análise das características necessárias em tal sistema multilateral para atender as necessidades que surgem a partir de uma nova realidade internacional.