ONGs: sonhos fragmentados

As ONGs que trabalham com a questão de desenvolvimento estão em crise. Elas estão perdendo sua capacidade de engajamento em uma análise crítica, de propor soluções globais, de reagir ou aproveitar as iniciativas políticas ou de se situar em posições importantes nos processos sociais e políticos em que novas abordagens e soluções em potencial poderiam ser encontradas. Embora algumas ONGs têm procurado acomodar-se em torno das políticas e projetos dos doadores que se concentram em reduzir os efeitos negativos do ajuste estrutural, a razão da existência das ONGs é ter a autonomia, iniciativa e flexibilidade que o status não-governamental confere a elas. A crescente separação entre a capacidade das ONGs de fazer campanha, pesquisa e seu trabalho de base reflete uma divisão ainda mais profunda - tanto em termos práticos quanto teóricos - existente entre o conceito e processo de desenvolvimento e o conceito e processo da democratização. O autor argumenta que o desenvolvimento humano e a democracia participativa e representativa se reforçam mutuamente e são indivisíveis, e que o desafio que as ONGs enfrentam é fazer a conexão - teoricamente e praticamente - entre democracia e desenvolvimento.
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