Pensando e agindo de fora do banco de alimentos humanitário: fome e direito a alimentos em sociedades ricas

A partir de uma posição de abastecimento de alimentos, os 30 estados-membro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – clube mais rico do mundo – podem razoavelmente alegar que são autossuficientes. Questões sobre acesso a alimentos podem ser tratadas através de redes de segurança sociais financiadas publicamente e, no caso daqueles que são negligenciados, através do sistema de ajuda alimentar emergencial, cada vez mais institucionalizado como bancos de alimentos humanitários. Apesar das suas melhores intenções, o banco de alimentos humanitário é uma parte representativa do problema da fome em sociedades ricas. Embora ele dê uma contribuição para o alívio da fome no curto prazo, não há garantia de que ele atenda a demanda nem que garanta alimentos nutritivos ou culturalmente apropriados. Sua institucionalização e organização permitem que o público e políticos acreditem que a fome está sendo solucionada. Ele reforça a noção da fome como uma questão de caridade, não de política. Para que haja um compromisso público sólido para a eliminação da fome e redução da pobreza nos estados ricos, os governos precisam urgentemente pensar e agir fora deste banco de alimentos humanitário. O direito humano a alimentos adequados oferece uma abordagem alternativa.

 

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