Resistência como criação: uma nova sociabilidade na Argentina

Embora as formas cotidianas de resistência não sejam novas na Argentina, a espontaneidade que caracterizou a insurreição em 19 e 20 de dezembro de 2001 foi sem precedentes. Ela mostrou como a ausência de liderança, coordenação e perspectivas podem abrir as portas para formas poderosas de mobilização e práticas radicais na democracia direta. A autora sugere que ao se desafiar o capitalismo e os paradigmas sociais que ele gera, os valores e práticas de contra-poder, auto-afirmação, coletividade e multiplicidade podem todos desempenhar um papel vital no sucesso e sobrevivência da democracia radical. O artigo é em grande parte inspirado pelos trabalhos da “Colectivo Situaciones”, uma coletivo autônomo de pesquisa em Buenos Aires, e recorre ao exemplo do Movimiento de Trabajadores Desocupados (MTD) Solano. Este movimento de trabalhadores desempregados luta contra o capitalismo e a violência do Estado, praticando constantemente uma espiral renovada de rebelião e criatividade. O artigo avalia seus sucessos, desafios e limitações no desenvolvimento do pensamento e prática democrática radical a partir da perspectiva de um observador participante. pp 765-774
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