Justiça de Gênero: nova abordagem do Banco Mundial em relação aos pobres?

A desigualdade de gênero é agora amplamente reconhecida como um importante fator na disseminação e enraizamento da pobreza. Esse artigo examina o Relatório de Desenvolvimento Mundial 2000/01 como o anteprojeto do Banco Mundial para abordar a pobreza no século vinte e um, juntamente a vários documentos mais recentes sobre Estratégia de Redução da Pobreza (PRSPs), visando analisar a maneira pela qual o gênero é incorporado no processo de realização de política e se constitui numa nova abordagem para o gênero e pobreza. Argumenta-se que é improvável que a abordagem do Banco Mundial sobre a pobreza implemente justiça de gênero porque continua havendo grandes discrepâncias entre as políticas econômicas e sociais que ela prescreve. Mais especificamente, afirma-se que o Banco emprega uma abordagem integracionista que aprisiona as questões de gênero dentro de paradigmas de desenvolvimento existentes sem tentar transformar uma agenda de desenvolvimento geral cujo objetivo principal é o crescimento econômico como algo oposto à eqüidade. Estudos de caso do Camboja e Vietnã são utilizados para ilustrar esses argumentos.