Quais instrumentos lidam melhor com a instabilidade do preço dos alimentos em países em desenvolvimento?

A crise alimentar de 2007–08 e os conflitos urbanos que se seguiram em cerca de quarenta países em desenvolvimento colocaram a questão da instabilidade do preço dos alimentos no centro dos debates sobre políticas. Desde a década de 1980, a ideia predominante tem sido a de que a melhor forma de tratar este problema é gerenciar risco sem ‘afetar os preços’ através de instrumentos privados (tais como seguro de cultivos, mercados futuros), em conjunto com a provisão de redes de segurança para populações vulneráveis. Contudo, esta estratégia não se mostrou efetiva: instrumentos privados de gerenciamento de risco não foram produzidos e as redes de segurança não foram bem-sucedidas para evitar a situação nutricional deteriorante das famílias vulneráveis. Este estudo mostra que os argumentos contra a estabilização do preço (o papel informativo dos preços e o ‘seguro natural’ dos produtores) não foram convincentes quando as diferentes causas da instabilidade de preço são levadas em conta. O autor propõe uma tipologia das causas da instabilidade. O artigo termina propondo combinações relevantes de instrumentos para cada causa de instabilidade e discutindo maneiras de implementá-los.

 

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