Consultoria antropológica no Reino Unido e desenvolvimento comunitário no Terceiro Mundo: um diálogo difícil

Este artigo investiga o impacto das atividades de consultoria antropológica nas universidades do Reino Unido e o papel do Departamento Britânico para o Desenvolvimento Internacional (DFID) na condição de importante fornecedor de serviços de consultoria. O DFID e outros doadores vêem a consultoria antropológica como um instrumento útil principalmente no oferecimento de assistência técnica a projetos do Terceiro Mundo com uma dimensão comunitária ou de desenvolvimento social. O artigo mostra as tensões entre a consultoria baseada no Reino Unido e o desenvolvimento de base no terceiro mundo e também entre a antropologia aplicada e a autonomia relativa da antropologia como disciplina acadêmica. O autor sugere que uma pré-condição necessária para compreender a contribuição da antropologia para a política é a superação da falta de vontade dos governantes de questionar politicamente as relações de poder dentro das quais as ciências sociais, antropologia e as próprias atividades comissionadas estão alocadas. O objetivo principal do artigo é iniciar um debate sobre as relações entre poder, conhecimento, fortalecimento e trabalho de consultoria.