Humanicrats: a produção social de compaixão, indiferença e hostilidade em campos de longo prazo

Por que os trabalhadores de linha de frente nem sempre demonstram compaixão humanitária pelas pessoas que estão vivendo nos campos? Ao buscar uma resposta, este artigo conceitua o termo “humanicrat”: trabalhador de linha de frente que é em parte trabalhador humanitário e em parte burocrata, cada um com emoções tipológicas. Estudos de caso de equipes de ONG em campos com atuação de longo prazo no norte de Uganda ilustram a produção social de emoções. As duas equipes trabalham em contextos diferentes de arranjos e discursos organizacionais: condições que resultam em emoções predominantes de compaixão e indiferença em uma equipe, e hostilidade em outra. O artigo termina indagando o que, de fato, pode ser feito para reprimir o mal tratamento das pessoas desalojadas.